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O desenho como mudança no convívio familiar durante o isolamento

Notícia
3 dezembro 2020
O desenho como mudança no convívio familiar durante o isolamento

“Na nossa última visita às famílias beneficiadas pelo projeto Cultura de Paz, vinculado à Fundação Nova Suíça (Várzea Grande/MT), observamos que a maior dificuldade que enfrentavam era a de manter o convívio com o isolamento social. Como forma de expressar a prática de mensagem diária entre os membros da família, tive a ideia de doar miniquadros às 150 crianças atendidas para que, tanto os adultos como elas, deixassem alguma mensagem ou desenho”, conta Evane Louzich, Coordenadora de Projetos da Fundação.

As famílias passaram a compartilhar fotos de desenhos e frases no grupo de conversa do projeto. As imagens despertaram diferentes sentimentos nelas, sobretudo gratidão dos mais novos pelo apoio da Fundação. Em troca, algumas famílias se reuniram para fazer um mutirão de limpeza na organização. “Isso acabou gerando um amadurecimento, despertou esse cuidado em que elas conseguem olhar além das suas casas”, reforça Evane.

A Fundação Nova Suíça foi uma das 19 organizações de Várzea Grande apoiadas com a distribuição de cestas básicas e kits de higiene por meio da Redes de Territórios Educativos de Várzea Grande.

Em Aquiraz, no Ceará, a Associação Vitória, realizou, com as crianças de 4 a 11 anos atendidas pelo projeto, uma competição de desenhos com o tema “saudade”. “Nos preocupamos com o emocional e sentimental, questões psicológicas e por meio dos desenhos, abrimos diálogos nas famílias rurais. Por aqui isso não é tão comum”, disse Kirsten Larsen, vice-presidente da organização, parte da Rede de Aquiraz. A equipe entregou um kit de desenho para as famílias durante a entrega das cestas básicas do mês de agosto, do Plano de Ação Emergencial. 

Aline Sousa, mãe de Alexsander, um dos vencedores da ação, é atendida pela Associação há aproximadamente três anos. Ela faz aulas de artesanato, acompanha palestras sobre saúde e educação dos filhos. Seu filho mais novo também participa das ações da brinquedoteca. “O Alexsander desenhou o coronavírus, um olho chorando e pensando na professora do colégio e uns corações. Ele disse que o coronavírus separou as pessoas e ficou triste porque estava com muita saudades da tia da escola”, descreveu Aline, que atua como voluntária dando reforço escolar para seis crianças da comunidade que também são beneficiadas pela Associação Vitória.