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‘Dou nota 10 para o trabalho do CIEDS’

Notícia
14 abril 2020
‘Dou nota 10 para o trabalho do CIEDS’

“Ô, minha filha, eu dou nota dez para o trabalho, mas, para o encerramento, dou nota zero, porque eu não queria que acabasse, sabe?”. De fala simples e sem rodeios, Manoel Toledo, mais conhecido como Seu Manoel, fala com pesar sobre o encerramento da participação do CIEDS no fomento de ações de desenvolvimento local na região de São João da Barra, no Norte Fluminense. O agricultor é atual presidente da Aprovila (Associação de Moradores e Produtores Rurais da Vila da Terra), além de ser um de seus fundadores, ao lado da filha.

O CIEDS atua no território com foco no desenvolvimento de habilidades técnicas e de ações coletivas para o fomento e a sustentabilidade de atividades na região, em um projeto que teve início em outubro de 2018, com financiamento do Porto do Açu.

“O CIEDS ajudou bastante a gente. Foi um grande avanço para nós aqui, nos auxiliou até com contabilidade”. Para Seu Manoel, é como se a equipe do CIEDS fosse parte da família. Loren Almeida, Coordenadora de Projetos Sociais do CIEDS, concorda que a relação sempre foi de troca e carinho.

“Todo projeto é uma troca, mas as atividades na Vila da Terra foram ímpar. Chegamos com o objetivo de apresentar algumas ferramentas legais e administrativas, mas em retorno éramos sempre recebidos com um café quente, um abraço amigo e alimentos fresquinhos na mala. É sempre gratificante construir redes para a prosperidade, em especial em lugar que exemplifica o que é o desenvolvimento sustentável", explica ela.

Crédito: Escola Técnica Agrícola de Campos

Loren conta ter ajudado a associação a organizar seus impostos e a melhor gerenciar os recursos que recebia. “Esses valores puderam ser utilizados ouvindo os associados, o que eles mais queriam, que era a fisioterapia. É um grupo com muitos idosos, que ficam isolados, com dificuldade de locomoção. Esse benefício era algo importante.”

Seu Manoel sempre trabalhou com agricultura, mas parou por um breve período de tempo, “porque as terras eram como areia, não eram boas para agricultura”. Mudou, então, para a pesca, mas, assim que teve oportunidade, retornou à agricultura familiar.

Casado com a Dona Adélia, sua companheira de vida, tem duas filhas, três netas e um neto. É produtor de hortaliças, legumes e tem algumas cabeças de gado. Ainda produz leite para seus concorridos queijos caseiros.

Apesar da vida de trabalho no campo, também está envolvido em atividades em prol da comunidade. Nos anos 1980, já havia se dedicado a um sindicato. E agora, além de presidir a Aprovila, ainda integra, desde o ano passado, o Conselho Municipal da Agricultura de São João da Barra, incentivado por sua filha.

“Tivemos a ideia de montar a associação de moradores e agricultores [Aprovila] e tivemos a ajuda do Porto do Açu. Tentamos trazer harmonia para todos os moradores, chamamos para se reunir, sabe? Não cobramos mensalidade e fazemos ações sociais. Já melhorou muito, mas ainda tem muito a melhorar. E eu só tenho a agradecer”, conclui Seu Manoel.

Crédito: Loren Almeida/CIEDS

“O papel do CIEDS foi apresentar que uma associação tem responsabilidades e oportunidades. Com as responsabilidades, a gente ajudou com o mais urgente. Agora, com o projeto finalizado, deixamos para eles algumas possibilidades”, avalia Loren.