Vandré Brilhante Diretor-Presidente
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5 conselhos para organizações de base comunitária se prepararem para 2024

Artigo
28 novembro 2023
5 conselhos para organizações de base comunitária se prepararem para 2024

Neste novo ano que se inicia em breve, são promissoras no Brasil as perspectivas de oportunidades de investimentos nas áreas ambiental e social. O mundo volta seu olhar para a Amazônia e, ao mesmo tempo, vemos um recrudescimento dos desafios sociais, que se tornam cada vez mais difíceis, como pobreza, fome e desemprego entre os jovens. O CIEDS, em seus 25 anos, aposta na criação de redes para a prosperidade e no fortalecimento do capital social territorial para enfrentar esses desafios. Essa é a nossa origem. Por isso, neste fim de ano, listo aqui cinco conselhos para lideranças comunitárias em 2024.

#1: Organizações comunitárias são, antes de tudo, pessoas

A primeira coisa que compõe uma organização comunitária são as pessoas. Precisamos entender isso. Nós não fortalecemos uma organização comunitária, nós fortalecemos pessoas. As lideranças comunitárias devem buscar conhecimento e formação, tanto para si mesmos, quanto para as pessoas que estão ao seu lado. O primeiro passo consiste em entender qual é o papel da organização comunitária e para que ela vai servir. Definido isso, a gente então define quais as pessoas que estão dentro dessa organização comunitária e quais os papéis de cada uma. E passa a investir em formação, em áreas como conhecimento do território, gestão administrativa e financeira, gestão de projetos, elaboração de orçamento e uso do digital, por exemplo. Informação e conhecimento técnico, essa é a primeira parte.

#2: Organizações legalizadas são menos frágeis

Já entendemos que organizações comunitárias são agrupamentos de pessoas que fazem o bem, certo? O que acontece na prática, na maioria das vezes, é que essas organizações não estão legalizadas, seja porque não renovaram seus documentos ou porque estão com pendências atrasadas, por exemplo. Desta forma, acabam sendo mais frágeis. Mais um passo para fortalecer a organização comunitária é garantir a regulamentação da organização, para que ela possa participar de editais, fechar parcerias para implementar políticas públicas ou enviar propostas para empresas com seriedade e transparência.

#3: Mapeamento de desafios e oportunidades do território

Outro passo importante é entender onde está a sua organização comunitária. Qual é o território? É importante saber por quem ele é formado e quais são suas oportunidades e seus desafios. Há alguma fonte de financiamento que possa servir como oportunidade? Como é constituído o comércio local? Existem empresas, sejam de pequeno, médio ou grande porte, nacionais ou internacionais, que já fazem ações de responsabilidade social no território? Quem são seus potenciais parceiros?  E quais são os principais problemas e desafios que o território enfrenta nos dias atuais? Fome, miséria, violência, desemprego, saúde, educação. Mapeie tudo, a partir da escuta local, e entendendo a ordem de prioridade para cada ação.

#4: Invista na construção de redes para a prosperidade

Procure criar uma relação com as empresas e outras organizações  que estão mais próximas e mais dispostas a acrescentar ao território. Procure também prefeituras e governos Estaduais no sentido de buscar contribuição para implementar políticas públicas já existentes. Aproxime-se das demais organizações, tanto do seu território, quanto de municípios próximos, para trocar experiências. E, acima de tudo, abra diálogo frequente com a população local. Não se faz uma organização comunitária sem envolver as pessoas, especialmente as juventudes, que de alguma forma querem contribuir com o desenvolvimento do território.

#5: Desenhe seu projeto ou iniciativa

Feito esse mapeamento e essa ampliação das redes, baseado no conhecimento técnico das pessoas da organização, partimos para uma nova fase do processo, que é o desenho de projetos. É nessa fase em que a organização precisa elaborar propostas, feitas a partir das necessidades identificadas no território. Observe também que há oportunidades ligadas a editais na internet. Tenho visto muitos investimentos no Norte e no Nordeste, feitos por fundações nacionais e internacionais, que querem apoiar organizações de base comunitária.

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Acredito que esse conjunto de elementos formam um líder para melhor gerir uma organização comunitária e pensar o futuro. Não é difícil desenvolver uma organização e não é preciso ter nenhuma qualificação técnica prévia, além de força de vontade para fazer a mudança e um enorme desejo de aprender.

Olhando para os próximos anos, de 2024 e de 2025, vejo que há uma necessidade grande de que a população dos territórios cada vez mais esteja próxima das ações sociais, pois é ela que conhece os desafios, as pessoas e as oportunidades de cada local. O Brasil precisa de uma sociedade mais democrática, de maior participação social, em que jovens se interessem pela política e em que lideranças comunitárias consigam se envolver no desenvolvimento não só de suas comunidades, como de todo o país.

Quer conhecer os projetos do CIEDS que atuam na formação de lideranças comunitárias ou no fortalecimento de organizações de base comunitária no Brasil, como o Prosperidade Familiar, o Baião Social ou a Escola de Governança e Liderança? Acesse cieds.org.br ou me mande uma mensagem.

Conhece alguém que pode se beneficiar destes conselhos? Compartilhe!