• Compartilhar

Uma história sobre livros, cultura e geladeiras

Notícia
28 dezembro 2016
Uma história sobre livros, cultura e geladeiras

A paixão por livros e a capacidade que eles têm de transportar as pessoas para mundos diferentes foi o que motivou Rafael Ramos, de 20 anos, a implementar no Complexo do Muquiço, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, o Geladeira Cultural. A iniciativa, uma das que foram desenvolvidas dentro do projeto Jovens Urbanos, consiste em colocar geladeiras antigas com livros em locais de grande circulação de pessoas. A regra é simples: pegou um livro, tem que deixar outro. 

“O Geladeira Cultural já existe em outros estados e, na zona norte do Rio, no bairro de Bento Ribeiro. Como fizemos, durante o projeto, uma pesquisa de campo pelo Complexo do Muquiço, onde fica o Instituto Bola pra Frente, vimos que a comunidade estava muito carente de uma livraria. Juntamos o útil ao agradável e fizemos algo em que pudéssemos dar conteúdo às pessoas e, ao mesmo tempo, ser diferente, na rua”, afirma Rafael.

Quando o assunto é literatura, Rafael tem preferência por livros de ficção científica. Seus livros favoritos são os da série Harry Potter. O que o fascina tanto na saga do bruxo? Rafael é direto: “O que eu mais gosto nos livros da série é o mundo fictício, totalmente novo, que te faz viajar, por mais que você esteja em casa. Ele te transporta para outro lugar, você entra na história”.

O jovem, que conheceu o Jovens Urbanos por meio de um primo, ficou contente com os resultados do Geladeira Cultural e pretende levar o projeto a outros locais que também tenham carência de livros. Planeja, inclusive, a criação de um aplicativo que possa informar às pessoas sobre os locais onde podem encontrar as geladeiras. 

“As pessoas compraram bastante a ideia, participaram doando livros e geladeiras. Elas queriam ajudar, perguntavam como fazia para entrar no projeto. Foi legal ver a sensibilização pela causa”, completa Rafael.

Para seu futuro, o jovem que se descobriu empreendedor, quer atuar em negócios que sejam voltados para a área social.  Rafael sonha em reescrever a história dos lugares por onde passa e dar a todos uma chance de um final feliz.

“Gostaria de vender roupas, camisas e bonés. Mas não só vender por vender, quero vender algo com um conteúdo, que possa vir a ajudar alguém. Algo que a pessoa possa saber que o dinheiro dado ali por ela vai ajudar outras pessoas”, finaliza o agora empreendedor.

O projeto Jovens Urbanos promove a ampliação de oportunidades e o acesso a programas e políticas públicas para a juventude por meio da circulação nos territórios, bairros e cidade. Os jovens entre 16 e 21 anos são motivados a quebrar barreiras e estereótipos e, também, a construir redes com diferentes esferas: o governo, a iniciativa privada, as organizações e instituições locais. Idealizado pela Fundação Itaú Social, conta com a Coordenação Técnica do CENPEC - Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, execução do CIEDS e, no Complexo do Muquiço, parceria do Instituto Bola pra Frente.