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Múltiplas juventudes para múltiplos jovens

Notícia
8 março 2018
Múltiplas juventudes para múltiplos jovens

Os jovens falando para os jovens, construindo juventudes. Sim, com “s”, porque é dinâmico e plural, não existe uma única que represente todos.

Foi para proporcionar isso que o projeto Maleta Juventudes, de iniciativa do Canal Futura e realizado em parceria com o CIEDS, realizou oficinas com jovens em seis cidades brasileiras – Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Farroupilha (RS), Várzea Grande (MT), São Luís (MA) e Belém (PA). A partir de suas falas, construiu-se um rico material sobre as juventudes compondo a Maleta Futura Juventudes com vídeos e publicações para apoiar a reflexão do tema por escolas, organizações sociais, coletivos, entre outros. A partir de março, a Maleta Juventudes passou a ser disseminada por meio de formação para quem trabalha com educação, possibilitando que a Maleta se torne uma ferramenta para trabalho em rede.

Essa Maleta foi levada a professores, agentes de leitura – profissionais que recebem capacitação para incentivar a leitura – e representantes das escolas inscritas na primeira formação que aconteceu no dia 23 de fevereiro, na Escola de Aperfeiçoamento da Secretaria de Estado de Educação (EaSEEDUC), no Andaraí, Rio de Janeiro.

O objetivo é que o material desenvolvido pela Maleta possa ser utilizado em sala de aula, sem regras e sem substituir o agente de leitura. “Nossa expectativa é que os conteúdos da Maleta, por meio das práticas pedagógicas que já acontecem nas escolas, ofereçam mecanismos para que esse jovem possa se ver enquanto sujeito de direitos entendendo seu papel na sociedade” diz Luciana Ribeiro, consultora de projetos do CIEDS e uma das facilitadoras do Maleta Juventudes.

As cerca de 60 profissionais de educação entre técnicos da secretaria estadual de educação e os agentes de leitura participaram de dinâmicas promovidas pelos facilitadores, propondo diversas reflexões sobre a sociedade atual. Em uma delas, chamada Dinâmica dos Rótulos foi colocado um adesivo na testa de cada pessoa com uma definição/rótulo – rico, pobre, branco, negro, homossexual, heterossexual, etc – e as outras pessoas tinham que agir como a sociedade recebe esses estereótipos. Aconteceram abraços, palavras rudes (sempre com respeito, claro) e de apoio. Ao final, cada um falou como se sentiu e tentou descobrir o que estava em sua etiqueta. Foi um exercício tanto de empatia quanto para pensar como preconceitos estabelecidos afetam a vida das pessoas.

Em outra, sentados em roda cada um disse o que definia como juventudes, dividiram suas experiências trabalhando com educação e conversaram sobre os jovens no momento atual do país. “[Espero levar] todo o conhecimento que eu adquiri aqui e com os outros colegas, tudo que foi visto e falado. Os jovens estão deixando de ser inertes para serem bastante participativos”, contou Susana de Santana Gouveia, professora de Biologia e agente de leitura no C.E. Herbert de Souza, no Rio Comprido.

“Ela [Maleta] não é sozinha, não é uma receita de como fazer o debate das juventudes em escolas, mas ela é um instrumento na medida em que recupera formulações, reflexões, legislação, o Estatuto da Juventude”, comenta Severine Macedo, mestranda em Educação pela UNIRIO e ex-Secretária Nacional de Juventude.

Neide Aparecida de Souza, professora da rede estadual e membro da equipe da Regional 4, espera ser um agente de disseminação tudo que aprendeu no dia. “A nossa intenção é levar a metodologia para todos os grêmios da Regional 4 para esses grêmios levarem para as escolas e discutirem a juventude sob uma outra ótica.”

A Maleta Juventudes é um projeto do Canal Futura em parceria com o CIEDS. O próximo passo será no dia 22 de março com uma formação direcionada a organizações sociais.