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Inteligência artificial ajuda estudantes e educadores no Piauí

Notícia
13 junho 2022
Inteligência artificial ajuda estudantes e educadores no Piauí

O jeito como você aprendia na escola parecia diferente dos seus amigos? Isso se dá porque cada aluno tem sua jornada de aprendizagem. Todos aprendemos, mas o fazemos de maneiras distintas. Por que, então, a escola deve seguir avaliando seus alunos sem considerar suas particularidades? E se os educadores tivessem uma ferramenta poderosa em mãos, que ajudasse os alunos na autonomia de aprendizagem, por meio de inteligência artificial? Foi essa a experiência que levamos, junto à Eduk.Aí, para a Secretaria Estadual de Educação do Piauí. 

"Trata-se de uma ferramenta avaliativa que também dá ao estudante uma trilha personalizada a partir do seu perfil, do seu estágio de desenvolvimento de proficiência, cognitivo, de comportamento e psicométrico. Ela cruza essas quatro informações para dizer ao aluno: 'para você, o melhor caminho para aprender é esse, e seguem alguns objetos, além do que você vê em sala de aula, para que possa avançar nos seus estudos'", explica Rosane Santiago, Diretora de Novos Negócios e Inovação do CIEDS. 

E completa: "Isso pode ser apropriado pelo educador para a sala de aula, como extensão de jornadas formativas. A ampliação, mesmo que mínima, da jornada é fundamental, especialmente nesse momento de defasagem por conta da pandemia. Essa estratégia traz algo escalável para os estados e que apresenta resultados comprovados". 

O CIEDS historicamente atua com produção de soluções no campo educacional, porque entende a importância do tema no processo de transformação da sociedade. Trabalhamos nossas agendas de maneira integrada, mas sabemos o papel que a educação ocupa. No contexto atual, entendemos que a internet trouxe consigo o elemento da conectividade, da mudança da noção de tempo e espaço, da construção de relações e principalmente das formas de aprendizagem, o que traz novos desafios aos educadores. 

Antes, o educador era o principal veículo da construção da aprendizagem. Era o detentor da informação e a disseminava junto aos estudantes. Com a internet, isso muda. O acesso à informação é dado de uma maneira diferente e não é mais o dilema. O conteúdo que o educador pode lecionar na sala de aula, o aluno também pode aprender na internet, se tiver uma habilidade de autonomia de aprendizagem desenvolvida. Agora, o dilema é capacidade de análise crítica e curadoria do consumo de informações. O aluno não é mais consumidor passivo, e sim protagonista. Isso muda a forma como o ensino e a aprendizagem se dão. 

"É nesse contexto que a gente entende que a tecnologia sempre será meio e nunca fim. Pensamos em como apropriar, no processo educacional, tecnologias digitais que favoreçam o educador na mediação de conhecimento, mas também favoreçam o estudante nesse lugar de se reconhecer de maneira mais integral e de ter a capacidade de poder andar no tempo dele. Embora o estudante esteja no coletivo, na escola, é preciso que exista um espaço personalizado e adaptado para que ele possa avançar", comenta Rosane. 

A ferramenta já havia sido testada com mais de 2 milhões de pessoas espalhadas pelo mundo, envolvendo universidades internacionais e equipes de desenvolvimento e produção também de fora do Brasil, pelo Eduk.Aí. Mas o case do CIEDS em parceria com o Governo do Piauí foi importante, justamente para entender a aplicabilidade disso no contexto da educação pública brasileira, cuja infraestrutura possui certa precariedade, considerando equipamentos de informática e acesso à internet.  

"Tem uma vertente que diz que login e senha não resolvem a educação. A gente acredita em gestão da mudança, em processos de mobilização, na força da comunidade escolar para a produção de efeitos distintos. Não adianta entrar com uma ferramenta digital em que um educador não se reconheça, não entenda o valor daquilo para o seu desafio de trabalho. Temos que pensar em soluções adaptáveis ao contexto brasileiro, especialmente em locais de menor porte ou em áreas mais afastadas dos centros urbanos", avalia Rosane. 

E completa: "Por isso, estamos juntando uma ferramenta que é personalizável, adaptativa, com esse olhar da tecnologia social, que só uma instituição do terceiro setor é capaz de construir, em parceria com todos os atores e considerando a pertinência para a rede." 

Foto: Projeto Juventude Empreendedora, uma das iniciativas do CIEDS no campo do empreendedorismo.