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Estudantes utilizam o cemitério como espaço educativo

Notícia
15 maio 2013
Estudantes utilizam o cemitério como espaço educativo

Trabalhar a apropriação e valorização do bairro, por meio de visitas ao maior cemitério da América Latina, o Cemitério São Francisco Xavier, localizado no bairro do Caju e o primeiro da cidade do Rio de Janeiro, é uma das atividades pedagógicas propostas pela trilha educativa “Ilustres Mortais”, que envolve quatro unidades escolares integrantes do projeto Bairro Educador e teve sua culminância no último dia 11, na Vila Olímpica do Caju.

A culminância da trilha contou com a participação de estudantes, responsáveis, representante da 1ª CRE, corpo docente e parceiros do Bairro Educador, que potencializaram a ideia da trilha.

“Ilustres Mortais” tem como proposta resgatar a memória do Caju, por meio da visita dos estudantes a túmulos aonde foram enterrados personagens da história e cultura do Brasil. Além disso, a aula passeio integra o conteúdo curricular das disciplinas escolares, através da exploração do cemitério como um espaço turístico e educativo.  

A professora da Escola Municipal Marechal Mascarenhas de Moraes, Cassiana Vidal, trabalhou com os estudantes a questão do turismo cemiterial, que é referência em países como França, Uruguai, Peru, Chile e Argentina, e que funciona como geração de renda para os moradores do entorno, que também fazem a restauração do equipamento urbano, o utilizando para estudos, pesquisas e lazer. Além de falar sobre a cultura do povo mexicano, que promove uma grande festa quando alguma pessoa tem uma morte natural.

“O Bairro Educador está sendo uma ponte de motivação e auxílio para a escola. O Projeto Político Pedagógico da unidade escolar trabalha a autoestima dos alunos, e a trilha os estimula a ter orgulho do bairro onde vivem”, disse Cassiana ao ressaltar a importância da trilha para a vida pessoal desses alunos.

A professora de história e especialista em pedagogia cemiterial, Kate Rigo, afirmou que o maior desafio deste trabalho é convencer o setor pedagógico de que o cemitério é uma escola a céu aberto, pois trabalha a matemática, os variados estilos da arte grega, por meio dos mausoléus, a geografia, ciências, filosofia e outras disciplinas em um espaço diferente.

“A ideia de utilizar o cemitério como um espaço de aprendizagem não é comum para a  sociedade brasileira. A iniciativa da trilha educativa é ótima, pois além de adquirirem mais conhecimento, os alunos começam a valorizar a própria vida”, concluiu Kate.

Lucas Lima, estudante do 6º ano do CIEP Henfil, nunca havia ido a um cemitério e através da visita pôde ampliar seu conhecimento com relação a história do bairro onde mora desde que nasceu.

“Tenho orgulho de morar no Caju, pois além de ter a Vila Olímpica, há várias pessoas famosas enterradas no cemitério”, ressaltou o estudante.

As atividades da trilha “Ilustres Mortais” foram articuladas com os estudantes das Escolas Municipais Marechal Mascarenhas de Moraes, Espiridião Rosa, Walter Carlos Magalhães Fraenkel e CIEP Henfil, todas integrantes do Bairro Educador Caju, desde março deste ano.