• Compartilhar

Espaço de fala na Saúde Mental

Notícia
3 agosto 2018
Espaço de fala na Saúde Mental

Cristiane é cuidadora dos Serviços Residenciais Terapêuticos e trabalha na área da saúde mental há 14 anos. No dia 30 de julho, ela subiu no palco do auditório do Museu Histórico Nacional e contou para profissionais da RAPS - Rede de Atenção Psicossocial um pouco da sua experiência no auxílio à gestão dos gastos dos moradores dessas residências. 

“Esses encontros são muito importantes, pois são um espaço em que podemos dividir as nossas experiências e ouvir as vivências das outras pessoas. Nós sempre trazemos e recebemos questões muito produtivas”, conta Cristiane.

Sua fala fez parte de Seminário que reuniu Diretores de CAPS – Centro de Atenção Psicossocial, Coordenadores das Equipes de Residências Terapêuticas, Acompanhantes Terapêuticos, Cuidadores e outros profissionais da RAPS, além de membros da Superintendência de Saúde Mental da Prefeitura do Rio, para dialogar sobre o protocolo e os processos de gestão de recursos financeiros dos moradores dessas casas.

“Precisamos ter esse entendimento e cuidado na hora de lidar com os moradores, pois se trata de um dinheiro que é deles e que, muitas vezes, eles precisam de nós para decidir a melhor forma de gastá-lo. Nosso trabalho é poder oferecer ajuda e dizer como podemos fazer a administração dos gastos junto a eles. Ter esse controle hoje, o protocolo, a prestação de contas é fundamental”. 

Durante o relato, Cristiane narrou a história de uma moradora da residência em que trabalha que apresentava grande resistência em controlar seus gastos. Com o passar do tempo e a atenção afetuosa de Cristiane, aliada ao engajamento com os outros moradores da casa, hoje ela contribui ativamente para a prestação e a partilha dos gastos gerais.

“A gente entende como um trabalho difícil, mas que é muito possível. É muito prazeroso ver o resultado”, Cristiane diz. 

Além de Cristiane, outros profissionais como a diretora de CAPS, Luciana Medeiros, a coordenadora de equipe de RT, Camilla Gaudio e a acompanhante terapêutica, Amanda Musso, também tiveram a oportunidade de contar experiências na mesa, dialogar, fazer e responder perguntas, possibilitando um amplo debate com todos os presentes sobre a importância do acompanhamento financeiro, para a garantia de direitos e para a construção de novos lugares sociais a serem ocupados pelos moradores das Residências Terapêuticas. 

Os Serviços Residenciais Terapêuticos promovem, por meio da oportunidade de uma moradia no território, a qualidade de vida e a reinserção social de pessoas que passaram longos períodos em instituições psiquiátricas, com muitos direitos violados, em especial, o direito de ir e vir. O trabalho ocorre com gestão compartilhada entre o CIEDS e a Superintendência de Saúde Mental do Rio de Janeiro.