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“Crack, esse problema é de quem”?

Notícia
20 maio 2013
“Crack, esse problema é de quem”?

O Diálogos Sociais, projeto promovido pelo CIEDS, em parceria com o SESC , debateu na terça feira, 14, o tema “Crack, esse problema é de quem”, reunindo cerca de 30 pessoas na sede do SESC de Copacabana, no Rio de Janeiro. A ideia do encontro foi promover um debate no qual os todos reflitam coletivamente sobre o assunto, a partir de pontos de vista distintos, visando a troca e partilha de conhecimento que auxiliem a pensar em estratégias de melhoria para a questão dos usuários de drogas.

A assistente social do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSAD), Adriana Damiano, e a representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS), Diana Jenifer Ribeiro de Almeida, participaram do debate, explicando o trabalho de acolhimento e inclusão  desenvolvido por ambas as instituições para o atendimento dos usuários e seus familiares e trazendo para a reflexão esse problema, que é de toda a sociedade.

O CAPSAD tem como função formular um plano terapêutico com o paciente, fazendo com que o mesmo se aproprie do próprio tratamento, reduzindo também os danos provocados pela substância sob o usuário. Para Adriana, o desafio não é combater a droga, e sim cuidar do indivíduo.

“O CAPSAD está construindo uma rede de suporte social para potencializar suas ações, envolvendo ONGS, lideranças comunitárias e instuições privadas. Este problema é da sociedade, e não só do governo e das políticas públicas”, concluiu a assistente social.

Em 2010 a Confederação Nacional de Municípios (CNM) lançou uma pesquisa, incluindo 3.950 cidades brasileiras, que aponta que 98% dos municípios pesquisados enfrentam problemas relacionados ao crack e a outras drogas. De acordo com Diana, a secretaria está trabalhando a possibilidade da criação de unidades de acolhimento infantil e adulto que ofereça um atendimento continuado aos usuários.

“A SMDS terá uma equipe que será capacitada para abordar os usuários e fazer um acompanhento da família. A proposta é levar informações para eles, criar redes de discussão, potencializando o que já está sendo feito, tirando as ideias do papel e colocando-as em prática”, ressaltou Diana.

Ambas as dialogadoras trazem um novo olhar para a questão das drogas. Para elas, o grande equívoco de toda a sociedade é pensar no combate à substância e ignorar a relação do indivíduo com ela.

“Olha-se para o crack e se esquece da relação do ser com ela. É a substância que deve ser combatida? O desafio que está colocado é uma questão de saúde dos indivíduos.” Diz Adriana Damiano.

O CIEDS gerencia cinco abrigos de acolhimento a usuários de crack que, desde outubro de 2012, oferece atendimento especializado a crianças e adolescentes de 8 à 17 anos, envolvendo uma equipe de psicólogos, educadores, médicos, enfermeiros, assistentes sociais e  pedagogos. Além disso, os abrigos oferecem ações como aulas de teatro, dança, natação, jogos e oficinas de percusão, que objetivam a reinserção dos jovens no âmbito escolar  e familiar.