No último sábado, dia 16 de fevereiro, cinco abrigos especializados para crianças e adolescentes, de 8 à 17 anos, se reuniram para o baile de carnaval, no Lar de Gabriela, em Pedra de Guaratiba. Cerca de 60 crianças participaram de uma tarde com piscina, DJ, lanches e apresentações de dança.
Todos os abrigos se apresentaram, alguns cantaram RAP e música popular brasileira, enquanto outros dançaram. O Lar de Ceci se apresentou cantando um RAP feito pelas próprias adolescentes, onde dizia:
‘’No Lar de Ceci tratamento é tudo ou nada/ Nós temos vários oficineiros/ Educador é o que não falta/ Tio Bruno, Tia Nália/ Tio Negueba pra firmar/ E quando ele chega, elas começam a gritar/ Nem melhor, nem pior/ É apenas diferente/ É o modo de tratar/ Tratando a gente como gente/ É pra finalizar/ Vou mandando esse recado/ O certo é o certo/ E o errado é o errado.’’
Após as apresentações dos abrigos, o grupo Meninas do Rio, regido pelo maestro Paulo Negueba, se apresentou mostrando habilidades na percussão com coreografias diferentes. Renata Brito, integrante do grupo desde sua data de fundação, elogiou o trabalho dos abrigos.
‘’Esses lares estão ajudando essas crianças a recuperarem sua infância perdida e preparando-as para crescerem futuramente. O trabalho é muito importante, eles precisavam de uma chance, que o abrigo hoje em dia está dando, para viverem bem e pensarem num futuro melhor.’’
As crianças, no meio das apresentações, cantaram parabéns para o professor de percussão Paulo Negueba em ritmo de RAP, agradeceram pela festa e contaram que iniciarão o ano letivo essa semana.
Um adolescente do Lar de Moacir, de 17 anos, demonstrou a felicidade de ter a ajuda do lar em sua recuperação.
‘’Essa festa foi maravilhosa. Foi a primeira que participei. Aqui dentro todos me ajudam muito. Fiz muitos amigos, reencontrei alguns que viviam na rua comigo e agora estamos bem melhor aqui dentro. Eu entrei aqui por livre e espontânea vontade, queria me tratar, fui pedir ajuda e me ajudaram.’’
O CIEDS foi a organização escolhida pela Prefeitura para gerenciar durante seis meses cinco abrigos para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e usuárias de substâncias psicoativas, principalmente o Crack. As unidades ficam na zona oeste do Rio de Janeiro e contam com diferentes profissionais como psicólogos, educadores, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, pedagogos e professores.