Vandré Brilhante Diretor-Presidente
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Aprendizagem e Juventudes: como nosso futuro será desenhado?

Artigo
1 setembro 2021
Aprendizagem e Juventudes: como nosso futuro será desenhado?

Acabamos de encerrar um mês de atividades no CIEDS para valorizar as juventudes, com destaque para o evento Ocupa CIEDS, que teve o protagonismo de jovens de diferentes projetos da instituição. Para nós, este tema é muito caro. E por quê?

O futuro do nosso país está sendo desenhado agora. O Brasil tem a maior geração de jovens de todos os tempos. Só que um terço desses jovens estão sem trabalho e sem escola. Não me refiro aqui ao jovem que está na universidade particular e que passou a pandemia no computador, mas sim dos jovens das classes C e D, negros e pardos, na maioria moradores de periferia ou subúrbio. Quais opções esse jovem tem? Se estamos desenhando nosso futuro agora, precisamos nos perguntar como isso está acontecendo.

O mercado de trabalho pede qualificação, currículo de boas universidades. Com o ensino público parado há um ano e meio em função da pandemia, o universo de oportunidades está reduzido. Esse jovem vê o futuro com menos confiança.

O Coletivo Aprendiz, iniciativa do CIEDS baseada na Lei da Aprendizagem, tem como lema "o trabalho muda uma vida”. O jovem, quando é inserido numa empresa, passa por uma transformação não só na renda, que passa muitas vezes a ser a maior da família, mas também sociocultural. Começa pelo sonho. O jovem volta a sonhar com um futuro diferente e tem sua visão de mundo ampliada. É fundamental manter viva essa chama. 

A aprendizagem precisa ser encarada não como política secundária, mas como política básica. Ela garante mudança de vida. Ao mesmo tempo que promove inserção no mercado para jovens, estimula a permanência dele na escola. É uma das leis que promovem políticas públicas das mais eficazes para as juventudes.

Ela garante os direitos básicos do primeiro trabalho ao jovem de uma forma minimamente segura e digna, com transporte, férias e qualificação paralela ao trabalho, para que ele desenvolva suas habilidades nos campos pessoal e profissional. Quando o jovem é forçado a trabalhar fora do ambiente da lei, está sujeito à exploração. A lei garante que o jovem permaneça na escola, com acesso à cultura.

Ela é mais do que inclusão produtiva, não se resume a isso. A Aprendizagem inclui esse jovem numa trilha ascendente. O nosso papel, enquanto CIEDS e Coletivo Aprendiz, é criar essas oportunidades para milhares de jovens brasileiros, que têm nessa perspectiva uma grande chance de mudança e oportunidade.

As empresas têm um papel fundamental para a diminuição da desigualdade social. É o momento que também assumam essa co-responsabilidade da inclusão do jovem numa trilha progressiva. É mais do que uma política de responsabilidade social das empresas, é uma ação que assegura quadros qualificados e comprometidos, garantindo assim seu desenvolvimento. Inserir um aprendiz numa empresa é um ciclo de ganha-ganha.

Ganha o jovem e sua família; ganha o país, nesse processo de ter jovens na escola e incluídos no trabalho; e também ganham as empresas, porque esse jovem traz um novo olhar, traz diversidade e curiosidade a uma rede de colaboradores muitas vezes homogênea. A diversidade gera lucro, gera a mudança. A Lei da Aprendizagem é um excelente instrumento para implementar esses processos.